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A Teoria da Conspiração continua

Posted by on 24/11/2013

            “… and many terrifying but quite comprehensible official scoundrels die natural deaths in all the glory of the kingdoms of this world, proving that it is  far more dangerous to be a saint than to be a conqueror.”

Bernard Shaw, dramaturgo irlandês (1856-1950)

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde

e lentamente passo a mão nessa forma insegura.

Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.

Pequenos ponto brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.

É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

A flor e a náusea, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

            Prezados leitores, para quem me acompanha semanalmente, meu último artigo teve como intróito a revelação da minha convicção de que não acho que as histórias oficiais sobre a morte de Osama Bin-Laden e de John Kennedy sejam reais. Nesta semana, pretendo dar-lhes mais detalhes sobre os motivos por que acredito em conspirações paralelas a respeito desses dois assuntos. Não tenho a pretensão de convencer ninguém de nada, porque não havendo evidências incontestáveis, mas apenas indícios, fica difícil vencer o preconceito das pessoas. Uso a palavra preconceito em um sentido não pejorativo, querendo dizer as convicções prévias de cada indivíduo. E como é natural, nossas convicções acabam determinando nosso olhar sobre a realidade, fazendo com que descartemos o que poderia ter o condão de abalá-las de maneira irreversível.

            Não acredito que isso signifique que não sejamos capazes de uma análise imparcial dos fatos. O preconceito é inevitável, mas ele tem um lado bom: quando nos deparamos com algo exterior que os desafia nossa reação é sempre tentar digerir a ameaça, tentar explicá-la de alguma forma com base nas nossas convicções. Nossa mente é obrigada a reagir e em assim fazendo seremos obrigados a ao menos ajustar nossas ideias, fazer uma sintonia fina para que possamos continuar a acreditar nelas. Afinal de contas, a fé não religiosa tem limites, é preciso haver credibilidade, não conseguimos acreditar a despeito de tudo. Minha esperança toda vez em que escrevo algo é que aquilo que coloco em minha página na internet não seja descartável nesse sentido, que ele seja forte o suficiente para que a pessoa precise sintonizar novamente o seu rádio mental.

            Devo começar com aquilo que prometi, os indícios. Quanto ao Osama Bin Laden, há várias fontes que noticiaram sua morte em 26 de dezembro de 2001. O jornal egípcio Al-Ward publicou um obituário naquela data e pasmem, a Fox News, no seguinte site: http://www.foxnews.com/story/2001/12/26/report-bin-laden-already-dead/. Digo pasmem porque a caça a Bin Laden foi a justificativa usada pelos Estados Unidos para invadirem o Afeganistão, e a Fox News sempre apoiou as investidas militares americanas na luta contra o terrorismo. O fato de essa notícia ter passado em brancas nuvens não é algo a se admirar, porque se Osama Bin Laden, que já sofria há muitos anos de insuficiência renal, morreu de causas naturais, não teria sido possível justificar a prolongada presença do exército americano na Ásia Central e não teria havido a oportunidade de um presidente americano posar de vencedor triunfante com a história sensacional dos SEALs matando o inimigo nº 1 dos Estados Unidos. Prezados leitores, sei que vocês não se cansam de ver os SEALs nos filmes hollywoodianos: rapazes tatuados, fortes, capazes de ações espetaculares, de se lançarem de pára-quedas no mar à noite e que a invasão do cafofo do Bin Laden no Paquistão se encaixa à perfeição no script, mas  o próprio serviço de inteligência de Israel considerava Bin Laden como morto no final de 2001 e tendo sido substituído por seu filho Saad, conforme noticiado em 16 de outubro de 2002 pelo www.worldtribune.com (desculpem, mas neste caso eu não consegui acessar a notícia daquela época) .

            Passemos agora a John Kennedy. É preciso em primeiro lugar um motivo plausível. Na semana passada eu mencionei a Operação Northwoods, sem dar mais detalhes. Era um plano proposto pelo Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas para a realização de atos de violência reais e falsos contra cidadãos americanos, culpar Fidel Castro e utilizar os factóides para conseguir a derrubada do regime socialista na ilha. Kennedy foi contra tal operação, assim como foi contra um ataque à União Soviética enquanto os Estados Unidos ainda estivessem em posição de vantagem. O presidente tinha dado sinais de que iria retirar as tropas americanas do Vietnã e que iria desmembrar a CIA em várias unidades. Além disso, ele negociou secretamente com Khrushchev para debelar a crise dos mísseis, o que foi considerado como sendo uma contemporização com o comunismo em uma época em que a missão americana no mundo era combatê-lo sem trégua.

            Assim, havia vários motivos para John Kennedy ter angariado inimigos em Washington. Houve até a publicação de um livro em 2008 de James W. Douglass, “John Kennedy and the Unspeakable” contando detalhes do complô do assassinato cujos protagonistas foram o Serviço Secreto, a CIA e o Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. Prezados leitores, com relação ao Kennedy não lhes apresentarei o livro por razões óbvias e muito menos artigos de jornal, pois se trata de uma época em que a internet era coisa de ficção científica. O que lhes ofereço como indício é este vídeo cujas imagens tenho certeza colocarão uma pulga atrás da orelha de vocês http://www.lewrockwell.com/2013/11/james-huang/must-watch-video/. Ele mostra os seguranças do Serviço Secreto, que acompanhavam a limusine onde Kennedy desfilava em Dallas, de uma ora para a outra pararem de acompanhá-la. O mais impressionante é o semblante atônito de um dos guardas, que recebe a ordem para parar de se deslocar e deixar o presidente desprotegido e parece estar perguntando pelos gestos que faz o que está ocorrendo pois não está entendendo nada.

            A verdade é sempre uma flor, que nasce tímida, raquítica, temerosa de ser esmagada por aqueles para quem ela representa uma ameaça. E pior, a verdade é feia, e muitas vezes confundimos anúncios espalhafatosos com verdades. Aqueles que falam verdades no início são estigmatizados, vilipendiados. Depois de serem eliminados ou quando o que falavam já não ameaça mais ninguém poderoso eles são idolatrados e manipulados. Não sou santa profetisa de verdades nem conquistadora que quer calar verdades inconvenientes. Apenas trazer uma contribuição intelectual aos meus leitores. Quem sabe um dia a história oficial sobre o assassinato de John Kennedy e de Osama Bin Laden seja finalmente modificada e eu possa lhes falar: eu disse não disse?

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