“… and many terrifying but quite comprehensible official scoundrels die natural deaths in all the glory of the kingdoms of this world, proving that it is far more dangerous to be a saint than to be a conqueror.”
Bernard Shaw, dramaturgo irlandês (1856-1950)
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos ponto brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
A flor e a náusea, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Prezados leitores, para quem me acompanha semanalmente, meu último artigo teve como intróito a revelação da minha convicção de que não acho que as histórias oficiais sobre a morte de Osama Bin-Laden e de John Kennedy sejam reais. Nesta semana, pretendo dar-lhes mais detalhes sobre os motivos por que acredito em conspirações paralelas a respeito desses dois assuntos. Não tenho a pretensão de convencer ninguém de nada, porque não havendo evidências incontestáveis, mas apenas indícios, fica difícil vencer o preconceito das pessoas. Uso a palavra preconceito em um sentido não pejorativo, querendo dizer as convicções prévias de cada indivíduo. E como é natural, nossas convicções acabam determinando nosso olhar sobre a realidade, fazendo com que descartemos o que poderia ter o condão de abalá-las de maneira irreversível.
Não acredito que isso signifique que não sejamos capazes de uma análise imparcial dos fatos. O preconceito é inevitável, mas ele tem um lado bom: quando nos deparamos com algo exterior que os desafia nossa reação é sempre tentar digerir a ameaça, tentar explicá-la de alguma forma com base nas nossas convicções. Nossa mente é obrigada a reagir e em assim fazendo seremos obrigados a ao menos ajustar nossas ideias, fazer uma sintonia fina para que possamos continuar a acreditar nelas. Afinal de contas, a fé não religiosa tem limites, é preciso haver credibilidade, não conseguimos acreditar a despeito de tudo. Minha esperança toda vez em que escrevo algo é que aquilo que coloco em minha página na internet não seja descartável nesse sentido, que ele seja forte o suficiente para que a pessoa precise sintonizar novamente o seu rádio mental.
Devo começar com aquilo que prometi, os indícios. Quanto ao Osama Bin Laden, há várias fontes que noticiaram sua morte em 26 de dezembro de 2001. O jornal egípcio Al-Ward publicou um obituário naquela data e pasmem, a Fox News, no seguinte site: http://www.foxnews.com/story/2001/12/26/report-bin-laden-already-dead/. Digo pasmem porque a caça a Bin Laden foi a justificativa usada pelos Estados Unidos para invadirem o Afeganistão, e a Fox News sempre apoiou as investidas militares americanas na luta contra o terrorismo. O fato de essa notícia ter passado em brancas nuvens não é algo a se admirar, porque se Osama Bin Laden, que já sofria há muitos anos de insuficiência renal, morreu de causas naturais, não teria sido possível justificar a prolongada presença do exército americano na Ásia Central e não teria havido a oportunidade de um presidente americano posar de vencedor triunfante com a história sensacional dos SEALs matando o inimigo nº 1 dos Estados Unidos. Prezados leitores, sei que vocês não se cansam de ver os SEALs nos filmes hollywoodianos: rapazes tatuados, fortes, capazes de ações espetaculares, de se lançarem de pára-quedas no mar à noite e que a invasão do cafofo do Bin Laden no Paquistão se encaixa à perfeição no script, mas o próprio serviço de inteligência de Israel considerava Bin Laden como morto no final de 2001 e tendo sido substituído por seu filho Saad, conforme noticiado em 16 de outubro de 2002 pelo www.worldtribune.com (desculpem, mas neste caso eu não consegui acessar a notícia daquela época) .
Passemos agora a John Kennedy. É preciso em primeiro lugar um motivo plausível. Na semana passada eu mencionei a Operação Northwoods, sem dar mais detalhes. Era um plano proposto pelo Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas para a realização de atos de violência reais e falsos contra cidadãos americanos, culpar Fidel Castro e utilizar os factóides para conseguir a derrubada do regime socialista na ilha. Kennedy foi contra tal operação, assim como foi contra um ataque à União Soviética enquanto os Estados Unidos ainda estivessem em posição de vantagem. O presidente tinha dado sinais de que iria retirar as tropas americanas do Vietnã e que iria desmembrar a CIA em várias unidades. Além disso, ele negociou secretamente com Khrushchev para debelar a crise dos mísseis, o que foi considerado como sendo uma contemporização com o comunismo em uma época em que a missão americana no mundo era combatê-lo sem trégua.
Assim, havia vários motivos para John Kennedy ter angariado inimigos em Washington. Houve até a publicação de um livro em 2008 de James W. Douglass, “John Kennedy and the Unspeakable” contando detalhes do complô do assassinato cujos protagonistas foram o Serviço Secreto, a CIA e o Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. Prezados leitores, com relação ao Kennedy não lhes apresentarei o livro por razões óbvias e muito menos artigos de jornal, pois se trata de uma época em que a internet era coisa de ficção científica. O que lhes ofereço como indício é este vídeo cujas imagens tenho certeza colocarão uma pulga atrás da orelha de vocês http://www.lewrockwell.com/2013/11/james-huang/must-watch-video/. Ele mostra os seguranças do Serviço Secreto, que acompanhavam a limusine onde Kennedy desfilava em Dallas, de uma ora para a outra pararem de acompanhá-la. O mais impressionante é o semblante atônito de um dos guardas, que recebe a ordem para parar de se deslocar e deixar o presidente desprotegido e parece estar perguntando pelos gestos que faz o que está ocorrendo pois não está entendendo nada.
A verdade é sempre uma flor, que nasce tímida, raquítica, temerosa de ser esmagada por aqueles para quem ela representa uma ameaça. E pior, a verdade é feia, e muitas vezes confundimos anúncios espalhafatosos com verdades. Aqueles que falam verdades no início são estigmatizados, vilipendiados. Depois de serem eliminados ou quando o que falavam já não ameaça mais ninguém poderoso eles são idolatrados e manipulados. Não sou santa profetisa de verdades nem conquistadora que quer calar verdades inconvenientes. Apenas trazer uma contribuição intelectual aos meus leitores. Quem sabe um dia a história oficial sobre o assassinato de John Kennedy e de Osama Bin Laden seja finalmente modificada e eu possa lhes falar: eu disse não disse?