Um grupo com 9 dos mais importantes empresários brasileiros recebeu Joaquim Levy na 4ª feira (2.set.2015) à noite em São Paulo. No encontro reservado, quase secreto, apresentaram as condições para continuar a apoiar o governo, a gestão da economia e a própria permanência de Levy no cargo de ministro da Fazenda. A agenda tem três pontos: 1) fazer todos os esforços para que o Brasil mantenha o grau de investimento dado por agências de classificação de risco; 2) buscar um superávit de 0,7% do PIB na execução das contas de 2016 e 3) promover um forte corte em subsídios e programas governamentais para atingir essa meta.
Retirado do blogue de Fernando Rodrigues de 4 de setembro de 2015
Os bancos preferem aplicar em títulos públicos a oferecer crédito a taxas competitivas ao setor produtivo, pois o retorno é alto e há garantia do Tesouro.
Trecho retirado do artigo “Com Empurrão do BNDES – Apoio do banco a estados quando repasses da União minguaram agravou crise fiscal publicado no jornal O Globo de 6 de setembro
À medida que as instituições financeiras americanas começaram a tentar solapar a confiança dos investidores na China por meio de táticas psicológicas alegando que a economia chinesa estava passando por um desaquecimento e que o mercado chinês estava em queda livre, Pequim anunciou ter comprado 600 toneladas de ouro em um mês e que o Banco da China havia livrado-se de mais de 17 bilhões de dólares americanos das suas reservas em moeda estrangeira. As reservas da China — excluindo aquelas de Hong Kong e Macau — estavam em 3,71 trilhões de dólares americanos em maio de 2015. Elas tinham caído para 3,69 trilhões de dólares americanos em junho de 2015. O principal ponto aqui é que os títulos do Tesouro Americano detidos pela China estão sendo vendidos de maneira agressiva, ao ritmo de $ 107 bilhões até agora em 2015.
Trecho retirado do artigo A guerra financeira monetária de Washington contra a China: a derrocada do dólar americano frente ao yuan publicado por Mahdi Darius Nazemroaya
A China conseguiu seu lugar legítimo ao sol de pois de 400 anos de estupro, saques e desprezo.
Retirado do artigo entitulado “A Vitória Esquecida da China na Segunda Guerra Mundial, do jornalista canadense Eric Margolis
Prezados leitores, hoje foi dia de desfiles da Independência pelo Brasil afora, exibições da Quadrilha da Fumaça em Brasília com os novos Super Tucanos, exibição de um novo boneco inflável, desta vez da Presidente Dilma Rousseff manchada com o óleo da Petrobrás. Dilma esteve acompanhada na solenidade só dos ministros petistas, a turma do PMDB, à exceção do Vice-Presidente, Michel Temer, não quis comparecer, sentindo o forte cheiro de carniça no ar. Parece que é a isso que assistiremos nos próximos meses, uma lenta decomposição do governo. O sinal claro de que Dilma está cada vez mais sendo vista como favas contadas é a declaração explícita do mordomo de filme de terror, como o descrevia Antônio Carlos Magalhães, de que “Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo”. Ora, sabemos que Michel Temer é o novo Marco Maciel, um sujeito que tem o dom de nunca apostar em cavalo manco. Assim, se o homem está falando que ela cai é porque Dilma já está à beira do precipício.
Enquanto Temer está começando a entoar o réquiem com aquela sua voz soturna, Fernando Henrique Cardoso faz o trabalho sujo de atacar a presidente, para poupar seu pupilo Aécio de fazê-lo. Assim o senador mineiro pode ficar em silêncio e posar de estadista que só se preocupa com o futuro do Brasil, qualificando-se para ser o próximo chefe da Nação. Infelizmente, os únicos que parecem ter um plano para o nosso país são os tais dos líderes empresariais que querem continuar ganhando com a desgraça alheia, no caso a dívida pública federal que consumiu 7,9% do PIB nos doze meses terminados em julho de 2015. É preciso garantir que o governo continue em condições de honrar as Letras Financeiras do Tesouro, as Notas do Tesouro Nacional e outros títulos, o que fica prejudicado com um rombo no caixa que as más línguas dizem ser de 80 bilhões. O plano dos representantes do PIB do Brasil é que sacrifícios sejam feitos para garantir o grau de investimento do Brasil, o significa que poderemos continuar sendo bons pagadores do carnê do Baú. O sacrifício, claro será da parte não representada na reunião da quarta-feira, os beneficiários dos tais dos programas sociais que constituíram a base do voto no PT nas três últimas eleições presidenciais. Se Dilma estiver ou sentir-se fraca o suficiente para aceitar essa intervenção branca, isso pode significar o enterro das perpectivas do PT, que perderá seu eleitorado fiel.
No nosso 193º ano de independência, fica a impressão de que somos tão vulneráveis quanto éramos em 1825, quando fomos obrigados a tomar um empréstimo em Londres de dois milhões de libras esterlinas para compensar Portugal pelo prejuízo da perda de uma parte do território da Metrópole. Do outro lado do mundo, em Pequim, um evento realizado na quinta-feira dia 5 passou quase despercebido no Ocidente, vidrado que está na crise dos refugiados sírios na Europa. A China celebrou os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial com um desfile militar em que mostrou estar pronta para competir com os Estados Unidos, Europa e Rússia na exportação de equipamentos militares e mais importante, que está pronta para defender suas reivindicações territoriais no Mar da China, inclusive Taiwan. Nenhum líder ocidental de peso compareceu à cerimônia, somente o Presidente da República Tcheca, Milos Zeman. Os chineses são low profile, fazem tudo na surdina para não dar na cara. Para livrarem-se da dependência em relação aos EUA que representa o uso do dólar, estão pouco a pouco vendendo seus US Treasury bonds e valendo-se de sua própria moeda para realizar transações comerciais. Em abril de 2015 a China abriu no Catar a primeira câmara de compensação de transações denominadas em yuan e realizadas nos mercados do Oriente Médio e Norte da África.
Prezados leitores, neste 7 de setembro o Brasil está mais do que carcomido pela corrupção e pela incompetência que nos faz sermos endividados e incapazes de defender nossos interesses, pois nem sabemos determinar quais são eles. As placas tectônicas da geopolítica mundial estão movendo-se lenta mas inexoravelmente. Fomos dependentes de Portugal, da Inglaterra, dos Estados Unidos e agora parece que caíremos na esfera de influência da China, isto se os chineses conseguirem afirmar-se perante os Estados Unidos, como parecem querer. Será que continuaremos a sermos eternos tomadores de empréstimos? Será que sempre seremos pegos de calças curtas ante qualquer crise externa, como aconteceu em 1929, com a crise na Bolsa de Nova York, 1973 e 1979 com os choques do petróleo, e 2008 com a crise financeira global? Independência do Brasil: quando afinal ela chegará?